Friday

O Iluminismo na Europa e em Portugal- Objectivos de Aprendizagem







Caracterizar a arte e a mentalidade barrocas

Conhecer e identificar autores e obras do barroco internacional e português ( Escultura, arquitectura e pintura)

Explicar e descrever o método científico

Conhecer alguns dos avanços científicos do séc XVII-XVIII

Identificar e explicar as principais resistências aos avanços científicos em Portugal nos séc XVI-XVII

Identificar os principais iluministas, suas ideias e obras.

Mostrar como se integrou Portugal no movimento Iluminista Europeu

Definir o conceito de Estrangeirado.

Descrever as reformas pombalinas no ensino em Portugal

Conhecer os principais iluministas/estrangeirados portugueses.

Conceitos: Iluminismo, racionalismo, Soberania Popular, Separação dos poderes, estrangeirado, laicização do ensino



Materiais


Saturday

O FUTURO DO HOMEM

Emile Nolde, Seara
As nossas esperanças sobre o estado futuro da espécie humana podem reduzir-se a estes pontos importantes: a destruição da desigualdade entre os homens e, finalmente, o seu aperfeiçoamento.
Chegará o momento em que o sol só iluminará homens livres que apenas obedecerão à razão; em que os tiranos e os escravos... já não existirão.
Por uma escolha feliz, não só dos próprios conhecimentos mas também dos métodos de os ensinar; pode instruir-se a massa inteira dum povo acerca de tudo o que os homens têm necessidade de saber sobre economia, admi­nistração, industria e direito... para serem senhores de si próprios.
A igualdade de Instrução corrigiria a desigualdade das aptidões, assim como uma legislação preventiva diminuiria a desigualdade das riquezas, acele­raria o progresso das ciências e das artes, multiplicando os artistas num meio que lhes fosse favorável. O efeito seria um aumento de bem-estar para todos.

Condorcet, Esboço de um Quadro Histórico dos Progressos do Espírito Humano,1793

LIBERDADE E IGUALDADE


(...) sendo todo o homem livre e senhor de si próprio, ninguém pode sob qualquer pretexto submetê-lo contra a sua vontade. Decidir que um filho de escravo nasça escravo, é decidir que ele não nasça homem.
(...) O cidadão aceita todas as leis, mesmo aquelas que o contrariam e mesmo aquelas que o castigam quando ele violar alguma.A escolha consciente de todos os membros do estado é a vontade geral; é essa que deve prevalecer.

J. J. Rousseau, Contrato Social

(…) É este o problema funda­mental a que o contrato social dá solução. (...) O governo re­cebe do soberano as ordens que ele dá ao povo, e para que o Estado esteja num bom equi­líbrio é preciso, com todas as compensações, que haja uma igualdade entre o produto ou o poder do governo tomado em si próprio e o produto ou o poder dos cidadãos, que são soberanos por um lado e súb­ditos por outro.

Jean-Jacques Rousseau, o Contrato Social, 1762


VALOR DA RAZÃO

Francisco Goya, O sono da Razão engendra Monstros
A razão está para o filósofo tal como a graça está para o cristão. A graça obriga o cristão a agir; a razão obriga o filósofo... Ele gosta de saber os mais pequenos detalhes e de aprofundar tudo o que mal se adivi­nha; assim, olha como sendo um princípio totalmente oposto ao pro­gresso das luzes do espírito o facto de se limitar somente à meditação e de acreditar que o homem não encontra a verdade senão no fundo de si próprio. (...) O espírito filosófico
É um espírito de observação e de justiça que relaciona tudo com os seus verdadeiros princípios (...).
O filósofo é, em suma, um homem honesto que age em todas as circunstâncias pela razão e que junta a um espírito de reflexão e de justiça os costumes e as qualidades sociáveis.

Diderot, "Filósofo ", in Enciclopédia

DEFESA DA TOLERÂNCIA

Não é ao homem que eu me dirijo, é a ti, Deus de todos os seres de todos os mundos e de todos os tempos...
Tu não nos deste um coração para odiar e mãos para matarem: faz com que nos ajudemos a suportar mutuamente o fardo de uma vida penosa e passageira; que as pequenas diferenças, entre as vestes que cobrem os nossos pobres cor­pos, entre os nossos costumes ridículos, entre todas as nossas leis imperfei­tas, entre todas as nossas opiniões insensatas, que distinguem os átomos chamados homens, não sejam sinal de ódio e perseguição; que todos aqueles que acendem círios em pleno meio-dia para te louvar, suportem os que se con­tentam com a luz do teu sol; os que se cobrem com um pano branco para dize­rem que é necessário amar-te, não detestem os que dizem a mesma coisa sob um manto de lã negra...

Voltaire, in Traité sur Ia Tolérance, 1763

Portugal - Resistência à Modernidade


Os mestres de filosofia não se apartem de Aristóteles em coisa alguma de importância, a não ser que se ofereça algum ponto contrário à doutrina que defendem geralmente as Universidades. Entendam também que, se houver alguns Mestres inclinados a novidades ou de engenho demasiado livre, devem ser removidos sem falta do ofício de ensinar.

Regras para a escolha de opiniões nos filósofos, Congregação Geral da Companhia de Jesus, 1565

Nos exames ou lições, conclusões públicas ou particulares, se não ensine opiniões novas pouco recebidas ou inúteis para o estudo das sciencias maiores, como são as de Renato Descartes, Gasendo Neptono (Newton) e outros, e nomeadamente qualquer sciencia que defenda os actos (atomos) de Epicuro ou negue as realidades dos accidentes eucharisticos ou outras quaesquer conclusões oppostas ao systema de Aristóteles, o qual n 'estas escholas se deve seguir, como repetidas vezes se recomenda nos Estatutos d'este Collegio das Artes.

Edital do Colégio das Artes (1746). cito in TeófiloBraga, História da Universidade de Coimbra


Todos aqueles que tenham redigido, ou mandado redigir ou imprimir, escri­tos tendentes a atacar a religião, a atingir a nossa autoridade e a perturbar a ordem e a tranquilidade dos nossos estados, serão condenados à morte. Todos os que tiverem imprimido as referidas obras, as livrarias, os bufarinhei­ros (vendedores de bugigangas) e outras pessoas que os tiverem espalhado pelo público serão igualmente condenados à morte.
Recolha de Isambert, decreto de 16 de Agosto de 1757




Portugal - Expulsão dos Jesuítas e Reforma do Ensino

Eu, EI Rei, (...) sou servido privar inteira e absolutamente os Religiosos Jesuítas dos Estudos de que os tinha mandado suspender para que, do dia da publicação deste alvará em diante, sejam extintas todas as Classes e Escolas que lhes foram confiadas, com tão perniciosos e funestos efei­tos, opostos aos fins da instrução e da edificação dos meus fiéis vassalos, abolindo-se até a memória das mes­mas Classes e Escolas como se nunca houvessem existido nos meus Reinos e Domínios onde têm causado tão enormes danos e tão graves escândalos. (...)
E sou servido da mesma sorte ordenar que no ensino das Classes e no estudo das letras humanas haja uma geral reforma, mediante a qual se reponha o método antigo, reduzido aos termos simples, claros e de maior facilidade, como se pratica actual­mente nas nações polidas da Europa, conformando-me, nesta determina­ção, com o parecer dos homens mais doutos e instruídos.

D.José I Alvará de 28 de Junho de 1759 (adaptado)

Propostas Iluministas



Síntese Esquemática

Iluminismo na Europa

O Iluminismo