Tuesday

O conhecimento do Mundo

Mapa-mundo do geófrago árabe Al-Idrisi
Séc.XII


Mapa-mundo do  grego Ptolemeu
Séc II


O conhecimento que os europeus tinham do mundo era muito limitado. Baseava-se nos autores gregos e romanos de havia quase dois mil anos. Baseava-se na autoridade dos antigos e nos textos sagrados dos sagrados autores da palavra de Deus, a Bíblia à cabeça. Baseava-se em mapas imprecisos e feitos a partir de relatos de alguns comerciantes e viajantes europeus que misturavam factos e ficção ajudando assim a alimentar e a manter uma mentalidade supersticiosa em que comummente apareciam monstros e seres imaginários.




Não é por isso de admirar a influência que o Livro das Maravilhas de Marco Pólo teve na formação do “espírito científico” da época e nos apreçam mapas do mundo com apenas três continentes e demasiado imprecisos para se chegar a algum lado, ou o mundo como um T e um O e quatro rios.

Em princípios do séc XV, o século das descobertas, o mapa tido como a mais correcta representação da terra e dos continentes ainda era o de Cláudio Ptolomeu, velho de quase mil e trezentos anos. Em nenhum deles, se admite uma ligação por mar entre o Atlântico e o Índico. A África alongava-se para Oriente depois do Sahara.

Nos mapas árabes, nesta altura, o sul aparecia em cima. Este é o mapa de Al-Idrisi com orientação a norte.


Acreditava-se que a terra era plana e que os navios, se conseguissem chegar ao fim do mundo cairiam no abismo. O mar tenebroso, albergava seres capazes de engolir um navio inteiro com um abrir de boca e , em terra, havia zonas tão quentes que era impossível lá viver alguém. Morreria queimado com o calor do sol.

Não era de pouca monta a tarefa que os navegadores do Infante e depois de D.João II e de D.Manuel I empreendiam dia após dia, ano após ano. Mas o mar, com todos esses perigos, medos e segredos era também a estrada por onde se podia partir à aventura, encontrar novos mundos, arranjar uma vida melhor.

Sunday


Ceuta, cidade no estrei­to Hercúleo, em frente de Gibraltar, foi uma das principais cidades no tempo dos Mouros, tanto em edifícios como em riqueza de mercadorias, que daqui partiam para toda a terra do Sertão. E estava em tanta prospe­ridade que quantos navios passassem pelo dito estrei­to, quer do Levante quer do Poente, tinham de amainar as velas, porque toda a nau que isto não fizesse as galés dos Mouros a seguiam e a tomavam.

(Valentim Fernandes, 1507 - adaptado)

El Hombre


D. João II
Lisboa, a 3 de Março de 1455) - (Alvor, a 25 de Outubro de 1495
( Está sepultado no Mosteiro da Batalha)


Filho de D. Afonso V, subiu ao trono em 1481, sendo certo que exercia já há alguns anos o poder de facto. Com efeito, as frequentes ausências do reino, por parte de D. Afonso V, põem-lhe nas mãos o governo do país.
Desde 1474 que dirigia a política atlântica, devendo-se à sua visão de governante, apesar de não ter ainda vinte anos, a instituição do mare clausum, princípio que estabelecia que o domínio dos mares estava ligado ao seu descobrimento. Na linha dessa política surge o tratado de Toledo de 1480, em que D. João II aceitando a partilha das terras do Atlântico pelo paralelo das Canárias, afasta a concorrência da Espanha em África e protege a mais tarde chamada rota do Cabo. Durante o seu reinado toda a costa ocidental da África foi navegada, dobrou-se o Cabo da Boa Esperança e preparou-se por terra com as viagens de Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, a viagem de Vasco da Gama à índia, a que o monarca já não assistiria. Em 1494, assina-se o tratado de Tordesilhas, dividindo-se a terra em duas zonas de influência, a atribuir a Portugal e à Espanha. Dentro da zona de influência portuguesa ficava o Brasil, o que permite supor que o monarca tinha conhecimento da existência dessas terras.
No plano interno, a acção de João II orientou-se no sentido da centralização e fortalecimento do poder real, tendo reprimido duramente as conjuras dos nobres e abatido o poder das grandes casas do reino. De 1481 a 1485, são mortos ou presos D. Fernando, duque de Bragança, D. Diogo, duque de Viseu, D. Gutierres Coutinho, D. Pedro de Ataíde, Isaac Abravanel, D. Afonso, conde de Faro, D. Fernão da Silveira, Diogo Lourenço, Afonso Vaz, D. Álvaro, filho do duque de Bragança, Aires Pinto, bacharel João Afonso e José Abravanel. Tinha em grande conta a opinião dos povos, mas o seu conceito da autoridade real leva-o a só reunir cortes quatro vezes, durante o seu reinado. Quanto às relações externas, a sua actividade foi no sentido de criar laços de concórdia com os vários reinos, talvez com o intuito de se libertar de problemas que pusessem em dificuldades a política de expansão ultramarina. Alimentou o sonho de uma futura «monarquia ibérica», tendo conseguido contratar o casamento de seu filho D. Afonso com a primogénita dos Reis Católicos. A morte do infante veio, no entanto, deitar por terra estes planos. Manteve uma actividade diplomática intensa com vários países europeus, sendo de destacar a embaixada de Vasco de Lucena, enviada a Roma em 1485.
A última fase do reinado de D. João II está marcada pelo problema da sucessão do trono. Com a morte do infante D. Afonso, procura o rei habilitar ao trono o bastardo D. Jorge. No seu testamento, todavia, nomeia seu sucessor D. Manuel, irmão da rainha. Morre no Algarve em 1495, aceitando alguns historiadores a hipótese de ter sido envenenado.


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Boa Esperança

Uma réplica exacta da caravela Boa Esperança, de Bartolomeu Dias que dobrou o Cabo das Tormentas (1487/88) ligando o Atlântico ao Indico e abrindo o caminho marítimo para a Índia.

Saturday

S.Jorge da Mina


A feitoria na costa da Guiné marca a primeira tentativa da ocupação portuguesa na África. Construído com o pretexto de divulgar o cristianismo entre os povos africanos, o seu verdadeiro objectivo era garantir o escoamento da malagueta, do marfim e do ouro que para aí era enviado das ricas regiões auríferas do interior. E também organizar o lucrativo comércio de escravos. O forte de São Jorge da Mina (mandado construir por D. João II) para lá de todo o tráfico comercial que exercia, tornar-se-ia o primeiro entreposto de escravos da era moderna e o pólo a partir do qual os reinos de Benin e Daomé seriam dizimados. Começava aqui o reverso da medalha da epopeia dos descobrimentos. Milhões de escravos negros serão capturados, retirados de suas casas, arrancados à vida e vendidos como animais sem alma em terras por desbravar.

O Tratado de Tordesilhas

Vasco da Gama

A pequena armada de Vasco da Gama que tinha por missão o estabelecimento do caminho marítimo que deveria ligar a Europa à Índia era constituída inicialmente por quatro naus relativamente pequenas: São Rafael, São Gabriel, Bérrio e um navio de mantimentos. Destas embarcações, só a Bérrio e a São Gabriel chegaram a Lisboa, tendo as outras sido destruídas durante a longa viagem que durou mais de dois anos.



Ponte Vasco da Gama, Lisboa

A Prioridade Portuguesa: Os Conhecimentos Técnicos


Ampulheta
Quadrante (permitia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, baseado na altura da Estrela Polar)

Bússola


Balestilha (para medir a altura de um astro)

Astrolábio (para medir a altura dos astros acima do horizonte)


A Caravela portuguesa deriva da longa tradição árabe das embarcações pesqueiras do sul do país (Algarve). O aperfeiçoamento deste tipo de embarcação resultou num novo e versátil tipo de navio, que proporcionou viagens mais rápidas a longa distância.No início do séc. XV começa a ser utilizada nas viagens marítimas dos Descobrimentos portugueses, sobretudo ao longo da costa africana. Eram navios ligeiros, rápidos, capazes de navegar em todas as águas e com todos os ventos. As suas velas triangulares, vela latina, permitiam-lhes bolinar, isto é, navegar com ventos contrários.

Rumos da Expansão Portuguesa

 Rumos da Expansão